terça-feira, 28 de junho de 2011

4 milhões de pessoas

Olá coisinhas ricas do coração de Titia ... ontem uma grande maioria da população LGBT, estava na Parada Gay de São Paulo. Desde ontem (segunda 27/06), as redes sociais, páginas da internet tem notícias em primeira página, falando sobre o evento.

Aqui não seria diferente não é mesmo.

Iniciada com uma grande valsa para celebrar seus 15 anos, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo de 2011 teve como tom a celebração da recente decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que reconheceu como estável a união de casais do mesmo sexo, e a reivindicação da aprovação do Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia.

Segundo a organização da parada, o evento reuniu 4 milhões de pessoas neste domingo (26) entre 12h e 19h. O número, de acordo com os organizadores, foi calculado com base em dados da Polícia Militar. Um número oficial deve divulgado ao longo da semana. A PM não confirma a estimativa.

De acordo com a PM, seis ocorrências foram registradas durante o evento (três casos de tráfico de drogas e três casos de furtos e roubos). Em um dos casos, Leandro Marcos, ajudante de cozinha, teve seus óculos, que custam aproximadamente R$ 1.500, furtado por um adolescente de 17 anos que, segundo a polícia, participava de arrastões. O menor chegou a ser agredido antes de ser apreendido.

Mesmo proibidas, garrafas com bebidas alcóolicas foram vendidas na parada.

Somente em um dos quatro ambulatórios montados para o evento, foram registrados 120 atendimentos até 19h deste domingo, a maioria jovens embriagados . “Parece cenário de guerra”, disse o médico Drauzio Varella, que visitou o ambulatório no final da parada, ao se referir ao ambulatório.

O médico Sauro Bagnaresi, responsável pelo ambulatório, a “parada deste ano foi a mais tranquila dos últimos dez anos”. Segundo médicos do ambulatório, o único caso grave foi o de um homem de 47 anos que engasgou ao comer uma esfirra e teve se levado para o Hospital das Clínicas com falta de ar.

Tom político

A proposta de criminalizar a homofobia, que tem como principais defensores a senadora Marta Suplicy (PT-SP) e o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), tramita no Senado, mas enfrenta forte resistência da bancada religiosa do Congresso, tradicionalmente contrária à causa gay.

“Nós temos o maior respeito a todas as religiões. Não queremos destruir a família de ninguém. Nós queremos apenas construir a nossa”, afirma Tony Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais).

Wyllys criticou os religiosos contrários ao projeto. “Esse lema [amai-vos uns aos outros, tema da parada neste ano] aponta para a necessidade de uma reinterpretação do texto bíblico”, disse o parlamentar.

Evangélicos

Com panfletos e pregações, um grupo de quatro evangélicos batistas de Santo André (SP) resolveu ir à Parada Gay para tentar "livrar os homossexuais de uma vida de sexo livre, prazeres vazios e vícios" e, segundo este grupo, encaminhá-los ao que chamam do caminho correto indicado por Jesus, longe da homossexualidade.

“Aqui é um momento de diversão passageira, vazia. É uma alegria repleta de vícios, bebida e sexo livre. Depois que passa tudo isso, o que fica? A frustração. A verdadeira alegria é Jesus”, disse Ivo Navarro, 44.

“Eu buscava aquilo, mas quando descobri Jesus vi que a vida não é isso”, afirmou, em tom de pregação.

Comemoração

A comemoração foi com valsa e debaixo de chuva mesmo. A Paulista ficou tomada de gente e de cores. Para dar um tempero ao evento, teve polêmica com a Igreja Católica por causa dos cartazes com imagens de santos espalhados pela Avenida.
Choveu, e, mesmo sem a ajuda do sol, o arco-íris brilhou. Era aniversário de 15 anos da Parada. Os convidados chegavam a todo momento, de cara limpa ou trazendo a alegria estampada no visual.

“Esse ano vim de branco representando a paz, pedindo muita paz, pedindo muito amor para que as pessoas se amem mais e que acabe a homofobia”, pediu o cabeleireiro Rogério Andrino Tomás.

Como a festa era de debutantes, o vestido de princesa não podia faltar. “Eu só perdi a primeira, porque eu era novinho na época, minha família não deixava eu vir. Mas foi bem gostoso”, contou a drag queen Xênia Star.
A decoração da festa é que não fez muito sucesso. Os cartazes de uma campanha para o uso da camisinha, com imagens de santos musculosos, não agradou a igreja.
“Isso ofende profundamente, fere o sentimento religioso do povo. O uso debochado da imagem dos santos é ofensivo e desrespeitoso, nós desaprovamos”, criticou Dom Odilo Scherer.
As personalidades mais antigas do mundo e as mais poderosas apareceram. Alguns políticos também. Isso sem falar em quem atravessou o oceano só para ver o desfile passar.

“Tenho grande orgulho de ter dois amigos gays, foram eles que me disseram para vir aqui assistir, e realmente está valendo a pena”, elogiou Felipe Sá, engenheiro de telecomunicações que veio de Portugal.
Como toda festa de debutante, tem que ter valsa. O difícil é conseguir um espaço na Avenida Paulista.

Entre os milhares de debutantes, gays, lésbicas, bissexuais e transexuais estavam também os simpatizantes, aqueles sem preconceito. Um ensinamento que vai de geração em geração.

“Eu estou achando bonito. Uma mocinha passou e me deu um papel escrito: ‘o amor é pra todo mundo’. Então é o amor”, disse a contadora Vilma Botelho, de 73 anos.

Tinha até camarote para enxergar a Parada até onde a vista alcança. “É show. Somos privilegiados de estar aqui em cima vendo bem melhor”, garantiu a dona de casa Ana Carla Pereira dos Santos.

Valeu dançar na chuva e se divertir.

“Nós queremos dizer para a sociedade brasileira que nós não queremos transformar as pessoas em homossexuais. Nós queremos a convivência pacífica, a convivência cidadã, de todas as diferenças”, pediu o presidente da Associação da Parada GLBT, Ideraldo Luís Beltrame.

A noite caiu e ninguém se abalou. Os trios elétricos e as milhares de pessoas lotam as ruas com o mesmo pique. Com 15 anos bem comemorados, a Parada Gay se despediu de 2011.



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